segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Kassie Prólogo

Kassandra Ashford era uma garota bonita, no auge dos seus dezessete anos, com olhos lilases, cabelos pretos cacheados que caiam por suas castas até a cintura. Podemos dizer que sua vida era estável, mas, nesta manhã, ela estava atrasada par a aula.
Sorte dela que o porteiro, era um dos poucos amigos que havia lhe sobrado, por isso não teve grandes problemas para conseguir entrar. O outro amigo era Dylan.
Nos últimos meses, sua vida havia mudado completamente: o divórcio dos pais, a falência, a mudança, nenhum dos pais querendo ficar com a guarda dela... E por ai vai. Além de seu pai ter mostrado, com ainda mais crueldade que antes, que a detestava e ela não tirar certa razão da mãe em querer ir embora. Continuava estudando na mesma escola particular, isto é, porque havia conseguido uma bolsa de estudos graças as suas boas notas.
Outra pessoa que havia se mostrado uma vira-casaca foi a Cristina, que tinha como uma irmã.
Kassie teve que passar a manhã inteira aturando os babacas amigos da Cristina, que a infernizavam a pedido desta última, sem revidar, porque agora ela dependia do bom comportamento e das boas notas para manter a bolsa.
Na volta para casa, ela começou a pensar no rumo que sua vida havia tomado nos últimos dois meses: Primeiramente sua mãe pegou seu pai na cama com uma amiga e pediu o divorcio. Só que Kassandra sabia que era seu pai quem vinha sendo traído. Ele, um cirurgião altamente renomado no país, recebeu os papeis da anulação de surpresa quando estava perto de realizar uma cirurgia complicadíssima, na qual o paciente corria muitos riscos. Resultado; seu pai havia errado em vários pontos da cirurgia e a família do paciente havia o processado por erro medico. Ele teve sua licença cassada e teve também que pagar uma multa altíssima. Sua mãe, ao saber da noticia, limpou a conta conjunta e deixou seu pai sem um centavo. A solução para pagar a multa, foi vender a cobertura em que moravam. Com o pouquíssimo dinheiro que havia sobrado, sei pai comprou um apartamento no qual só havia dois quartos, um banheiro e a cozinha junto com a sala.
Kassandra havia ido visitar sua mãe somente uma vez, e não havia gostado nem um pouco do que havia visto lá: Ela (sua mãe) estava se fazendo de vitima na frente dos pais. “Se ela quiser me ver, sabe onde eu moro” Havia pensado na ocasião.
Ela chegou em casa com dez minutos de atraso. Seu pai a estava esperando:
-O que você acha que isso aqui é? A nossa casa de antigamente? Mas acontece que não é. Um homem passa a manhã toda dando o sangue no trabalho e, quando chega em casa, descobre que a filha estava vadiando pela rua e não preparou o almoço.E pArE dE mE OlHaR CoM eSsA cArA! - Ele berrou. - Vá preparar o meu almoço, lavar as louças de ontem à noite e passar a roupa para eu poder ir trabalhar.
“Dar o sangue no trabalho, pois bem, ele deve estar doando sangue pra ganhar dinheiro para poder sustentar a namorada que trouxe aqui ontem à noite e levou para a irmã a comida que nos tínhamos para almoçar hoje” Kassandra pensou com raiva, antes de falar:
-Não tem almoço porque o senhor não compra nada a uma semana, a companhia de água cortou os serviços por falta de pagamento da taxa e, o ferro de passar roupas queimou.
-E o que você anda fazendo com o dinheiro que recebe da sua mãe?
-O dinheiro que eu recebo da minha mãe eu compro as minhas roupas, algum coisa que eu esteja precisando, material pro meu colégio e, quando sobra, o senhor pega sem me pedir e nunca devolve. - Ela retrucou. - E o que o senhor faz com o dinheiro que recebe? Porque eu não sei, já que o senhor não paga nenhuma conta nem coloca comida em casa.
-Não é da sua conta o que eu faço com meu dinheiro! E você acha que moramos aqui de graça? Eu não deixo atrasar nem um mês esse buraco fedorento que você não limpa.
-Eu o limpo todos os dias e se o senhor não deixa o aluguel atrasar, por que recebemos uma carta do síndico do prédio falando que, ou pagamos até amanhã ou somos expulsos? - Ela falou mostrando a carta que havia acabado de receber.
Seu pai ficou branco, azul, verde, amarelo e por fim, roxo, mas ai ele recuperou a fala e mandou-a ir fazer o serviço doméstico.
“Mal posso esperar completar dezoito anos e me mandar daqui” Ela pensava enquanto ia pro quarto. Só que o corredor estava molhado por que seu pai havia derramado água lá e não haviam enxugado e, como não tinha percebido até àquela hora, Kassandra escorregou e bateu a cabeça no chão.
Só que não era no seu apartamento que estava quando recuperou a consciência.

0 comentários: